segunda-feira, 14 de maio de 2018

Querido diário....

Hoje eu gostaria de falar um pouco sobre as minhas últimas 12 horas.

Ontem meu marido sentiu-se indisposto. Dores no corpo e febre, características bem comuns de um resfriado.
O mediquei e fui pra sala assistir uma de minhas séries para deixar que ele descansasse.
Depois de ir algumas vezes ao quarto verificar se a febre havia cedido, cuidar dele (da mesma forma que ele faz comigo) fui providenciar algo para jantarmos.
Coloquei o jantar no forno e preparei um suco de laranja com cenoura e mel, por julgar que talvez uma reposição de vitamina C pudesse colaborar com sua recuperação.
Abrindo uma exceção, servi o jantar na cama. Jantamos assistindo a mesma série que eu assistia anteriormente na sala.
Após o jantar não me senti muito bem (coisinhas de quem é gastroplastizado) e logo preferi dormir.
Acordei algumas vezes durante a noite para verificar se a temperatura dele não havia elevado novamente.
Acordei hoje no horário de sempre. E como sempre, coloquei o despertador no modo soneca na esperança de que 5 minutos recuperem o sono que eu ainda sentia.
Falhando miseravelmente na recuperação de 5 minutos, levantei e fui ao banheiro dar início ao meu processo matinal.

Desde então, as coisas transcorreram na seguinte ordem:
- Me arrumei, maquiei e fiquei pronta para o trabalho;
- Guardei a louça do escorredor;
- Lavei a louça que tinha ficado da noite anterior;
- Dobrei uma manta que estava atirada no sofá;
- Guardei alguns sapatos;
- Retirei o lixo;
- Recolhi roupas secas do varal;
- Guardei as roupas que havia recolhido;
- Arrumei minha bolsa e meus lanches para trazer ao trabalho.

Chego no quarto, meu marido levanta da cama e vai para o banheiro dizendo: "Não entendo pra que você coloca o relógio pra despertar tão cedo!"

E eu, já com a cama arrumada, respondo: "Pois é... também não sei."
Só me restou um sorrisinho.

Sei que hoje vou trabalhar durante todo o dia, fazer um trabalho do MBA, chegar em casa, colocar mais roupas na máquina, varrer e passar um pano no chão, guardar a louça que está no escorredor, preparar o jantar, estender a roupa que a essa altura já deve estar lavada.
Quando ele chegar do trabalho, já estarei provavelmente com o jantar pronto e, se tudo der certo, já estarei de banho tomado.
Depois do jantar, sentaremos na garagem para conversarmos sobre o nosso dia, tomaremos cada um uma latinha de cerveja, iremos pra cama pra assistir um pouco mais de algum seriado.
E assim terminará nosso dia.

Amanhã, colocarei o relógio novamente para despertar "tão cedo" (não sei pra que!!), pois este simplesmente é o meu ritmo.

Quanto a ele, permito que viva no ritmo dele. Não posso negar que muitas vezes minha vontade é de jogar querosene nele e riscar um fósforo!!

Mas em segundos essa vontade passa, vem o sorrisinho e a certeza de que se ele não existisse eu o inventaria... exatamente do mesmo jeitinho...


terça-feira, 3 de abril de 2018

Saudade

Sinto saudade quando passo por lugares. Sinto saudade quando surge algum cheiro no ar... cheiro de alguém, cheiro de algum lugar, cheiro de alguma época.... Saudade essa que me arranca um sorriso ou até mesmo uma lágrima nostálgica.

Sinto falta de amigos que se perderam no tempo, falta de pessoas que mesmo presentes já estão distantes do que um dia foram.

Sinto saudade de muita gente que já se foi e que nem mesmo pude me despedir como gostaria. Daqueles que me foi privado o direito de um último abraço.

As vezes, ao ouvir uma voz, posso sentir saudade. Seja de um momento, de alguém ou até de um arrependimento.

Pois sim, sinto saudade de tudo que marcou minha vida até hoje. Saudade não só do que vivi, mas também saudade daqueles momentos em que deixei algo passar por mim, seja por um motivo ou seja por outro.

Fui agraciada com o dom de viajar para outros locais - atemporais - quando vejo uma foto, quando ouço uma música ou até mesmo lendo um amontoado de palavras.


Ahhh são tantas coisas vividas. Quantas partidas. Quantos adeus.

Sinto saudade de mim, dos sonhos que tive, da inocência perdida, do joelho ralado e de quando meu maior medo era o escuro.

E a saudade é tão grande e de tanta coisa, que espero um dia poder sair por aí procurando algo que nem sei exatamente o que é e muito menos onde está (se é que este algo está em algum lugar). E que se um dia eu encontrar saiba identificar o que é e principalmente, que eu saiba exatamente onde e em que momento da vida perdi.

Que a minha vida, daqui pra frente, seja sempre essa andança. E que eu possa, num futuro breve, ter mais coisas das quais sentir saudade...

domingo, 18 de março de 2018

O Impacto do Meteoro

Me deparo com meu velho blog, aqui, sozinho e vazio.
Lastimo por todos os pensamentos que me ocorreram que deixei de registrar ao longos desses 3 anos.

Muita coisa mudou. Muita coisa sempre muda.
Nem sempre percebemos as sutilezas das mensagens que nos são enviadas pelo Universo.

Esperamos sempre o impacto. O que nos tira do eixo é justamente o estrondo. O barulho, o tremor, o caos, o sangue escorrendo das mãos... escorrendo dos olhos...

Acredito que não existam limites para o sangramento da alma. Não existe formas de entendermos completamente a dor de ninguém. Não há empatia suficiente em todo o planeta que nos consiga fazer compreender o que o outro sente sem termos vivido exatamente as suas vivências embasadas nas suas crenças e na sua forma de perceber o mundo.

Nesses últimos 3 anos pude dizer que fui do céu ao inferno inúmeras vezes. Não sei dizer quantas vezes me deparei com impactos que me fizeram perder o chão.

Minhas vísceras já não devem mais estar em mim... devo tê-las perdido em algumas dessas batalhas.
Dessas batalhas vieram momentos lindos, sorrisos inesquecíveis, pessoas fantásticas, lugares (dentro e fora de mim, agora ou em momento distante) que nunca imaginei que conheceria.

Mas o meteoro vem... de uma forma ou de outra ele sempre vem. E destrói muitas vezes o que construímos com muito suor.
Só que a resiliência... aaahhhh a tal resiliência... essa nos faz levantar a cada manhã e seguir em frente na reconstrução da nossa vida e dos nossos sonhos. Muitas vezes sem nem saber de onde vem a força, a gente levanta e simplesmente vai.

Tem partes que a gente consegue reconstruir e deixar tão perfeito que já nem parece ter sofrido algum abalo. Tem outras partes que remendamos da melhor forma que podemos, deixamos funcional mas sabemos que já não é a mesma coisa que outrora foi. Mas tem partes que dilaceram e essas não conseguimos reconstruir.
Tem pedaços nossos que morrem nesse caminho. Levam parte da nossa alma, levam parte dos nossos sonhos, levam parte da nossa felicidade. Esses pedaços não adianta, vão continuar sangrando
por muito tempo e quando machucar demais, vai escorrer pelos olhos (assim como acontece agora enquanto escrevo).

De tudo que vivemos e ainda viveremos, a única certeza que sei é que ainda vamos ter muitos impactos, que ainda vamos desmoronar e nos reconstruirmos muitas vezes e precisaremos aprender com cada uma dessas experiências para nos tornarmos pessoas cada vez melhores.

As escolhas que fizemos ao longo da vida e as consequências que delas vieram, juntamente com as cicatrizes que a vida eventualmente nos dá, irão conosco pra onde formos.


Que saibamos fazer um bom uso disso tudo. Que saibamos que há hora de chorar e que há hora de sorrir. Mas principalmente, que nada nos tire do rosto o sorriso ao lembrarmos dos momentos lindos que passamos ao lado de quem amamos...