sábado, 15 de dezembro de 2012

Metamorfose

Quantas vezes você já teve vontade de gritar, sair correndo sem olhar pra trás, mudar por completo a sua vida?
Se reinventar por completo?
Mudar a alimentação, a cor do cabelo, o tamanho das unhas, mudar o corpo.
Mudar de emprego, mudar os amigos, mudar de amores, mudar seu estilo.
Mudar suas roupas, mudar a cor de maquiagem, frequentar novos lugares.
Respirar outros ares, transpirar outros sentimentos. Mudar sua forma de pensar.
Alterar-se por completo, se transformar em algo que nunca imaginou.
Fazer aquilo que se tem vontade e que te realiza, sem se preocupar com as ondas que isso possa gerar.

Quando a lagarta pensa que está chegando ao fim, é quando ela se descobre uma borboleta.

E, quantas vezes, mesmo tendo todos esses instintos, você acaba levantando da cama e fazendo tudo igual? Tudo da mesma forma medíocre dos outros dias...

Mania cretina que temos de nos submeter a regras, de precisar estar sempre de acordo com um padrão que nem ao menos saber o que significa.

Mania cretina de aceitar que precisamos ser todos iguais. Que precisamos dançar todos a mesma música.

Não beba! Não fume! Não altere o tom de voz! Não se meta em confusão! Comporte-se como uma lady!...

Hoje é o dia mais importante da sua vida. VIVA de acordo como aquilo que te faz feliz!
Liberte-se dos padrões, das amarras, de tudo que a sociedade julga coerente.

Descubra-se! Reinvente-se! Renasça! 

Venho me reinventando um pouco a cada dia. Me matei. Nasci novamente. 
Se essa nova Manu agrada a todos, não sei. Provavelmente não.
Mas ela agrada a mim... e no momento é isso que me importa.

Marquei no corpo o símbolo do meu renascimento.



Experimente ser você mesmo! Os resultados poderão te surpreender...

sexta-feira, 13 de julho de 2012

O contato com as coisas da vida


No último final de semana a Ana Clara teve contato com algo que ela desconhecia de fato: a morte.

Uma tia-avó do pai dela, que estava muito doentinha, infelizmente acabou falecendo.
Não era alguém do convívio diário da AC, mas ela identificou facilmente quem era quando falei que era  "a vovó da Natália".

Expliquei que a vovó estava dodói, que tinha falecido e que nós não poderíamos mais vê-la, mas que poderíamos imaginar que ela era uma estrelinha no céu.

E então veio a pergunta: como é que a gente fica quando morre?

E então minha gente, como é a que gente fica quando morre? Complicado explicar isso pra uma criança... nossa....

Disse que a vovó parecia estar dormindo e vendo nos olhos a curiosidade dela, perguntei se ela gostaria de ir até onde a vovó estava.

Ela disse que sim. Respirei fundo e achei que fosse o momento certo para apresentá-la a esse momento triste que todos nós, mais dia ou menos dia, precisaremos enfrentar.

E assim foi. Seguimos para onde a vovó estava sendo velada.
Chegando lá, ainda no carro, dei as orientações básicas: expliquei que era um momento triste, que as pessoas que amavam a vovó poderiam chorar, que ela não deveria gritar ou começar a rir lá dentro e principalmente, que ela poderia perguntar tudo que quisesse, desde que fizesse isso baixinho no meu ouvido (sabe-se lá o que uma criança de 5 anos poderá ter de dúvidas...)

E seguimos. Ela deu uma olhada no ambiente e logo me disse que queria ir ao banheiro. Levei.
Lá dentro ela me pergunta o que era aquela caixa. Explico que é onde a vovó estava, junto com muitas flores.

Espanto total no rostinho dela: "Como assim? A vovó já morreu? A gente não ia ver a vovó morrer?"

Gelei... Sorte que dei as orientações preliminares deixando claro que ela deveria perguntar as coisas diretamente à mim e em tom de voz moderado...

Lá fui eu explicar que não, que só quem viu a vovó morrer foram os médicos que estavam com ela.

Voltamos para a sala. Ela pediu pra ver a vovó, mostrei, ela comentou baixinho que a vovó parecia estar só dormindo e respondo apenas que era isso mesmo que parecia...

Logo ela se distraiu brincando e correndo com a priminha Natália, que tem a mesma idade que ela, e ambas pareciam não estar entendendo muito do que estava acontecendo ali.

Seguimos para o cemitério e a AC novamente mais observou do que comentou. Confesso que isso me dá um pouco de medo, pois conheço minha cria e silêncio e observação normalmente convertem em uma pergunta ou situação embaraçosa.

E não deu outra!

Quando estávamos indo embora escutamos o seguinte comentário de uma menina fofa que tenta sempre ser agradável em tudo que diz e faz: "Mãe eu AMEI ver a vovó. Vou querer ver todas as pessoas morrer daqui pra frente! Todos os papais, todas as mamães, todas as crianças..."

Quase desmaiei!!!!!! Realmente ela não compreendeu  o que a morte significa e o quanto é um momento triste.

Voltei a explicar que não podemos amar isso. Que precisamos entender que é um momento de despedida e que não poderemos voltar a ver a pessoa, e que ela vai ficar viva apenas dentro do nosso coração.

E eis que meu pequeno orgulho me responde:

"Mãe, mas não é um momento tão triste assim. A vovó vai ficar viva no coração e quando a gente olhar o céu vai ver uma estrelinha que é a vovó lá em cima!!"

E fica a pergunta no ar: Quem de nós duas não sabe realmente o que é a morte?

terça-feira, 12 de junho de 2012

Outono...

BR116 - Nova Petrópolis/RS

OUTONO DA VIDA 

No doloroso rescaldo das labaredas 
Que queimaram meus sonhos, minhas esperanças, 
Vem a misteriosa voz do longe 
Gritar mensagens íntimas, poemas singulares, 
Em cantares do meu sentir... 
Presidiário do Mar, 
Meu desumano carcereiro, 
Sentindo-me cada vez mais só, 
Abafado no silêncio esmagador 
Desta insular solidão, 
Da minha amarga dor, 
Saí de mim próprio, em louca evasão... 

Queria gritar, bem alto, 
De modo que todo mundo ouvisse, 
O verbo amar ... o verbo amar, 
Em noites de luar, 
Ou manhãs de frio vendaval. 

Que loucura a minha ... 
Quero receber as gotas de mágoa 
Das horas distantes do meu viver ... 

Estou no Outono da vida ... 
Quando as folhas ressequidas rodopiam 
E a brisa chora como violino gemebundo ! ... 

Há palavras que não entendo 
Na minha solidão: 
O ontem, o hoje, o amanhã 
E aquilo que vive, cá dentro, 
Cá dentro, no coração ... 
O silêncio das coisas, 
O sal das lágrimas, 
Os sorrisos tristes, 
As esperanças diluídas , 
As chuvas, que são tormentos, 
Batendo nas janelas, 
Caindo dos beirais, 
Em dolorosos momentos ! ... 
Canto louco ... Canto louco ... 
Pensamento ... Pensamento 
Aonde vais? ... Aonde vais ?
 

JOSÉ MARIA LOPES DE ARAÚJO do Livro " Outono da Vida "

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Amigdalas, adenóides e afins...

Ontem, 03/06/2012, completou 1 ano que a AC fez a cirurgia nas adenóides, amigdalas e tímpanos.

Ela sempre teve uma certa dificuldade pra ganhar peso e nunca tinha se alimentado bem..

Nunca passou pela minha cabeça que realmente isso pudesse estar relacionado à algum problema de adenóides e amigdalas.

Uma vez, conversando com uma amiga na sala, fomos interrompidas pelo ronco dela, que ao dormir parecia fazer colsplay de motoserra...
Anelise me questionou se era sempre daquela maneira e eu disse que sim. Afinal, eu já estava acostumada com os roncos dela e, por uma falha minha, a coisa foi agravando sem que eu percebesse...

No outro dia busquei ajuda. Conversei com o pediatra que encaminhou para um otorrino. Ao primeiro exame já detectamos o aumento absurdo das adenóides (que obstruía mais de 90% da passagem do ar) e partimos para os exames pré-operatórios.

No início relutei um pouco pra retirada das amigdalas. Não sei de onde as pessoas tiram algumas crendices que acabam tomando vida e se espalhando por aí. Muita gente caiu em cima de mim questionando a retirada das amigdalas, pois elas seriam responsáveis pela "produção de anticorpos e defesas". Fui atrás de orientações corretas e verificamos que isso era infundado e partimos pra retirada das amigdalas também.

A cirurgia seria feita no Hospital Mãe de Deus em Porto Alegre. Já estava tudo agendado mas encontramos um impedimento: o anestesista não concordou com o hospital. Embora seja um dos melhores hospitais de POA, no caso dela, o ideal seria realizar a cirurgia em um hospital que tivesse uma UTI preparada para receber crianças com o tipo de cardiopatia que ela tem (CIA). Mudança de planos, busca por outro médico, novos agendamentos...

AC operou no dia 03/06/2011, no Hospital Moinhos de Vento, com a Dra. Maria Beatriz Rotta Pereira. Uma profissional maravilhosa, que esclareceu todas as nossas dúvidas com maestria!

A cirurgia levou menos tempo do que o previsto, graças a cicatrização dela que colaborou muito.

No mesmo dia ela já estava comendo sorvete, brincando, muito feliz!

E o mais impressionante: na primeira noite já notamos a diferença no ronco dela.

Desde então passamos a ter um soninho silencioso... um soninho tranquilo... realmente reparador...

Uns dois dias após a cirurgia, ainda na dieta pastosa, minha mãe deu uma colherada de doce de leite pra ela. Ao comer o doce, a expressão facial dela mudou imediatamente, e ela disse que nunca tinha percebido que "era tão bom"...
Percebemos que, além de ter dificuldade pra respirar e engolir, AC não tinha paladar e nem olfato... neste momento eu chorei...

Desde então ela passou a descobrir os sabores! Misturava sorvete com batata frita, carne com chocolate... tudo era permitido! Dane-se o valor nutricional! Eu precisava permitir que ela conhecesse o próprio paladar, que ela tivesse todas essas sensações!!!

Hoje, um ano depois, AC está com peso normal, dorme bem, nunca mais teve as febres altas que tinha em função das amigdalites, não cansa pra brincar, come carne com facillidade e em pedaços de tamanhos normais!



Realmente, ver todas essas mudanças e avanços em apenas um ano, não tem preço!!!

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Paralisação

Um terço de 2012 já se foi e agora que percebi que não mudou muita coisa...
Não  lembrava da última postagem aqui no blog... me assustei quando vi a data.

Trabalhando bastante, lendo menos do que gostaria, me afastando de pessoas que nunca imaginei que me afastaria e me aproximando de outras que a vida me deu de presente.

Ouvi de um amigo que "a vida se encarrega de fazer uma seleção natural das pessoas" e passei a acreditar nisso como filosofia de vida. Acho que realmente é por aí...

De qualquer forma, me sinto um pouco estagnada. Sinto como se o tempo estivesse parado. Preciso dar rumo em muita coisa, preciso alterar muitas resoluções já feitas. Mas tenho preguiça... preguiça de mudanças, preguiça de aguentar as consequências... preguiça física e mental.

Cansada de MiMiMis... tenho a impressão que minha vida foi dominada por uma onda de MiMiMis que não vai ter fim nunca.

Mas vai.

Me sinto amarrada. Paralisada. Percebo que muitos ao meu redor também estão assim. Será alguma epidemia de resignação?
Espero sinceramente que não.

Não consigo ficar parada muito tempo. A única coisa que cai do céu é chuva.
Se queremos algo, precisamos fazer acontecer.

Você quer um milagre? Então seja o milagre!!!