terça-feira, 30 de abril de 2013

O momento do descarte


Nem tudo que vivemos poderá ser descartado
Existem lembranças que ficarão guardadas numa gaveta da memória pra sempre
Mesmo com alma desgastada e corpo cansado
 
Não dá pra fingir que nada aconteceu.
Não dá pra ignorar sentimentos que existiram, ou que se extinguiram...
Um dia, em uma brincadeira do destino, a gente vai encontrar essas vivências
E nesse encontro, verá que com elas muito se aprendeu
 
Certamente não teremos coragem de colocá-las fora.
Tudo precisa ser descartado no momento oportuno
Se perdermos esse momento, por julgarmos que valia a pena guardar, acredite: valia a pena.
 
Algumas pessoas precisam inclusive do mal que algumas lembranças trazem
Algumas experiências jamais poderão ser repetidas
Muitos momentos ficam tatuados na nossa alma.
 
A felicidade, essa prontinha, embalada e com lacinho que tentam nos vender, eu creio que não exista.
Felicidade plena 24 horas por dia pode ser a tentativa desesperada para encobrir feridas profundas com um esparadrapo
A felicidade é medida pela quantidade de lembranças que ficam gravadas em nós.
Felicidade mesmo, é ter vários momentos que não são descartados na nossa memória
Essa gaveta contém a chave da verdadeira felicidade
 
 
E sim... eu sou feliz!

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Um longo caminho

As vezes dá vontade de abraçar alguém, assim, sem motivo. Mas a gente se contém...
As vezes dá vontade de dizer um eu te amo sem motivo algum. Mas a gente não diz...
As vezes da vontade de desisitir de muita coisa. Mas a gente não desiste...
Pode dar vontade de fazer algo que ninguém faz. Mas quem disse que surge a coragem?
Vontade de sumir, todo mundo tem. Mas ninguém some...
Dá vontade de chorar até dormir. Mas a gente aguenta...
Quando acreditamos muito em algo, com todo o nosso coração, podermos criá-lo. Mas quem disse que acreditamos o suficiente?
As vezes dá vontade de jogar tudo pra cima, esquecer do mundo e simplesmente ser feliz. Mas a gente nunca joga....
 
Tudo que somos é um conjunto do que vivemos. Levamos um tempo pra amadurecer e ver as coisas com leveza....
Tudo faz parte de mim, cresceu comigo ao longo dos anos e não abro mão de nada: dos meus medos, dos meus sonhos, dos meus amigos, dos meus desafetos, dos meus sentimentos, das minhas preferências, dos meus sonhos, minhas decisões...
 
Estou sendo esculpida por mim.
Desenhei um rascunho
E hoje estou me moldando exatamente como quero ser
 
Muitos gostarão de mim por esse motivo.
Outros não gostarão pelo mesmo motivo.
 
Autenticidade.
 
Tenho procurado ser assim.
 
Não vou mais conter abraços, nem prender palavras.
Vou desistir do que for necessário, e ter coragem pra fazer tudo que tiver vontade.
Se precisar chorar até dormir, assim farei. Da mesma forma que sumirei se necessário for.
Vou acreditar e desejar tanto algumas coisas, até que finalmente elas se tornem reais.
 
E essa é a melhor forma que encontrei de jogar tudo pro alto e ser feliz!
 
 

segunda-feira, 22 de abril de 2013

No quarto escuro

Não é fácil coordenar pensamentos
Não é fácil conter sorrisos
Tampouco brecar os lamentos

O tempo é esse
A hora é agora
A brisa da noite refresca o rosto
A vontade aflora

Não dá pra proibir a si mesmo
Não dá pra pedir permissão aos sentimentos
Melhor mesmo é deixar transbordar-se
E ser indiferente ao preço que iremos pagar por essa libertação

É tudo delírio
Não prestem atenção....

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Silêncio

Ei... silêncio!
Deixa o vento assoviar.
Deixa os pensamentos ecoarem.
Me deixe correr. Tenho pressa, preciso esvaziar esse espaço.
Tento, busco por isso, me agarro com todas as forças aos ímpetos que me fazem não querer repetir os dias.
Mas os dias se repetem... e se repelem...

Presta atenção, escuta o silêncio....
Ele tem um grito preso na garganta.
O silêncio é a arma mais letal que existe.

Mata as vontades
Mata as expectativas
Mata o querer bem
Mata o amor
Resseca a alma

Mas calma...
Deixe o tempo agir
Deixa o peito sossegar
Deixa a vontade passar
Só não deixa teu mundo cair

Ja caiu a tempestade
Devastou a alma
Não teve piedade
Deixando apenas destroços do que um dia fomos

Depois dessa tempestade, volta o silêncio
Os olhos voltam para o que um dia existiu
A brisa volta a soprar leve
Coração desacelera
E é neste momento que o silêncio espera ser ouvido
E o grito preso na garganta espera o momento de se libertar...

No silêncio cabem muitos gritos...
No vazio cabe muita coisa...
 

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Cartas...

As vezes tenho vontade de escrever cartas...

Não para uma pessoa específica. Mas para todas aquelas pessoas que, em função do vai e vem da vida, acabo não dizendo tudo aquilo que gostaria de dizer.
São amigos, são familiares, amores perdidos... uma carta com tudo aquilo que eu gostaria de dizer a mim mesma mas muitas vezes me nego a ouvir...
Uma carta pra minha filha... declarando a ela todo o amor que eu sei ser impossível de verbalizar... aquele amor que dói de tanto sentir... e que certamente não sei expressar...
 
Uma carta para amigos presentes, uma carta para amigos perdidos, uma carta para amigos futuros...
 
Um manual de instruções, ensinando como as pessoas devem lidar comigo... e até mesmo pra que eu leia e tente me entender, quando me sentir perdida e impaciente com minha própria inquietude.
 
Talvez, se um dia essas cartas forem enviadas, muitos nem as leiam. Talvez muitos me retornem surpresos. Talvez muitos sequer lembrem de mim. Talvez muitos voltem ou se afastem de vez. Talvez...
 
Eu ainda vou escrever essas cartas. Algumas delas escreverei sorrindo. Outras escreverei sofrendo. Outras serão manchadas por lágrimas que não conseguirei conter. Muitas dessas cartas minha falta de coragem impedirá que cheguem ao destino... ou então, em um impulso, serão entregues, contendo tudo aquilo que minha falta de coragem me impediu de dizer olhando nos olhos do destinatário.
 
Algumas dessas cartas irão gritar. Gritar tão alto que talvez ensurdeça quem as leia. Outras conterão surrurros... talvez tão baixos que mal serão compreendidos.
 
É... eu vou escrever essas cartas.
 
Serão cartas que conterão meus desejos. Que me me trarão uma certa calma. Acalentarão minha alma. Que me darão paz.