quarta-feira, 29 de maio de 2013

Respostas ausentes

A vida muda
As perguntas mudam
Por vezes se ausentam
E ainda assim aguardamos as respostas

Perguntas inócuas
Respostas eloquentes
De tempo em tempo causando recuos
 
Paradas forçadas
Recuperação de fôlego
Reformulando as perguntas
Mudando de lugar as certezas
 
Certezas já marcadas na alma
E delas sabemos que fugimos
Por elas que nós sonhamos
E cada vez mais nos questionamos

A mente não para
A vida que segue
Nem sempre persuasiva
Alterando sempre as perguntas
E mesmo assim aguardamos as mesmas respostas
 
Onde termina o sonho?
Onde começa a fuga?
O que pode nos atormentar mais?

Seriam as perguntas mal ditas?
Aquelas que não formulamos?
Ou seriam as respostas benditas?
Que é tudo o que mais esperamos?

sexta-feira, 17 de maio de 2013

A dor maior

"A dor maior....
É amar, e ser amado,
e mesmo assim ter que dizer adeus....
porque a vida é demasiado complicada,
porque as pessoas tem feitios por vezes incompatíveis,
porque as mágoas do passado não desaparecem facilmente,
e porque já não se consegue vislumbrar um futuro.

A dor maior, é saber que o amor existe,
mas o sofrimento que causa é maior ainda.
A dor maior, são duas pessoas que se amaam, dizerem adeus.
É como rasgar o peito com as próprias mãos e afogarmo-nos nas próprias lágrimas.
A dor maior, é perceber como tornamos as relações humanas tão complicadas
ao ponto de o amor ser vencido,
e jazer ali, abandonado à chuva e ao frio.

A dor maior, é saber que o fim de um amor, não coexiste com o fim do amor...
e que esse amor continuará ali, dos dois lados, a queimar-nos o peito...
A dor maior é dizer adeus, quando os sentimentos ditam o contrário,
mas a razão toma, finalmente, a sua espada e corta todas as ligações.

A dor maior, é ter uque ser, é ser melhor assim...
É deixar o amor de lado, e seguir o nosso caminho.

E é, sem dúvida, a dor maior.
Abandonar o amor... é a maior dor."


Desconheço a autoria desse texto (se alguém souber, por favor, deixe nos comments), mas me foi enviado por meu ermão Lourenço Benetti e achei super válida a publicação.

Viradas de página nem sempre são fáceis. Mas necessárias.
São as dores do crescimento.

E como diz Martha Medeiros, "saudade é não saber..."

Bom final de semana!

terça-feira, 14 de maio de 2013

Preso em mim

Eu preciso ir
Pra lá, pra longe
Apenas partir
Procurar um lugar onde possa me esconder

Esconder-se é algo complexo
Fugir de si mesmo muitas vezes não é possível
Pode até ser uma atitude sem nexo

Covardia?
Talvez...
Medo do incerto?
Medo do futuro?
Ou medo do que está encoberto?

Fecho meus olhos
Me deixo levar pela sensação de que o mundo gira
Em meio a essa tontura, escolho o caminho
Abro meus olhos
Vou seguir, vou indo
Pra lá, pra longe

Quem sabe eu esteja perdido por aí
Quem sabe um dia eu me encontre
Posso estar em meio a uma multidão
Talvez em um bosque
Ou preso na minha própria escuridão

Escuridão que ronda minha mente
Que me prende a esse lugar do qual tento fugir
Muitos fatores que me mantém imóvel
Muitas lembranças me impedem de agir

Preciso admitir que estou aqui
E que não tenho pra onde ir
Preso em mim
E mesmo assim sonhando com um novo caminho a seguir

sábado, 4 de maio de 2013

Somos Tão Jovens - O Filme (SPOILER)



Sinopse
O jovem Renato Russo não tem tempo a perder: sonha ser um astro do rock. Mas ainda é cedo. Ele precisa estudar, dar aulas de inglês, tranquilizar os pais, curtir a turma, curar dores de amor e, principalmente, arrumar quem toque na sua banda. Do Aborto Elétrico à Legião Urbana, “Somos Tão Jovens” apresenta os primeiros acordes do mito Renato Russo e da turma do Rock Brasília, criadores de sucessos como “Que País é Este”, “Geração Coca-Cola”, “Eduardo e Mônica” e muitas outras músicas que marcam e transformam fãs geração após geração, iniciando a trajetória que a tornará a maior banda do Rock Brasil e Renato Russo o porta-voz da juventude urbana do país inteiro.
Fonte: http://www.somostaojovens.com.br/page/sinopse-1

Estava em contagem regressiva para a estréia de Somos Tão Jovens, o filme que conta a trajetória de Renato Manfredini Júnior até o estrelato.

Quem me conhece sabe que eu fiquei em cólicas com a ideia de assistir o Deus da Música representado nas telonas! Renato Russo tem uma importância gigante na minha vida desde que me conheço por gente.
Suas letras sempre atuais, retratam com maestria a realidade brasileira e principalmente a alma humana. Ao menos a minha...
Um poeta que simplesmente marcou gerações e continua a fazer novos fãs mesmo 16 anos após a sua morte.


Thiago Mendonça simplesmente arrasou na interpretação. O jeito de arrumar o óculos, de mover as mãos, a dança desajeitada que Renato Russo fazia, a voz, a forma de falar, expressões faciais... tudo... simplesmente tudo perfeito. Um show de profissionalismo, de dedicação e quase me levou as lágrimas em vários momentos.


Todavia, como conhecedora da obra e da vida de Renato, acredito que o filme poderia ter sido infinitamente melhor.
Várias passagens da vida de Renato foram mal exploradas. A doença que deixou o astro em uma cadeira de rodas por 2 anos, o que é um marco importante principalmente na formação musical dele, foi suscitada de maneira breve e deixou quem não conhece bem a história de Renato, sem entender muita coisa.
O período em que ele foi professor de inglês também deixou muito a desejar.
Convívio com as drogas e com o álcool foram colocados no filme de forma tão singela que chega a doer...

Agora, o que me dá um pouco de esperança, é imaginar que esse filme realmente se tornará uma trilogia.

O filme termina no exato momento em que a Legião Urbana faz seu primeiro show no Circo Voador em 1985, ano de gravação do seu primeiro disco.

Quando pensamos que o filme vai começar, ele simplesmente termina deixando todos os fãs sem entender o que está acontecendo.


O ápice do sucesso, o nascimento do filho, a descoberta de ser portador do vírus HIV, a mudança visível no estilo musical que foi acontecendo ao longo da carreira, os momentos de introspecção com a gravação do CD em italiano e em inglês, a morte do astro.... são momentos que os fãs gostariam de ver retratados e que simplesmente não foram abordados...

Ok, o filme tinha como ênfase a vida de Renato até atingir o estrelato. Mas acredito que poderiam ter exposto, mesmo que de forma breve, toda a carreira até a dissolução da banda com a morte do Renato.

Um excelente exemplo de filme bem dirigido é Cazuza, que mostrou toda a trajetória dele  antes da fama até a sua morte...

Enfim, fica aqui uma pequena crítica de uma fã inveterada que ficou revoltada ao ver que tanta coisa importante foi omitida...